terça-feira, 8 de novembro de 2011

Guias cegos

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Porventura pode um cego guiar outro cego? Não cairão ambos no barranco?   (Lucas: 6.39)

Existem cegos do corpo e cegos do espírito, e se é horrível a cegueira do corpo, muito pior é a do espírito. No entanto é bem difícil, ou quase impossível encontrar um cego guiando outro cego, mas, no que se refere às coisas espirituais, encontramos com facilidade, guias cegos!
Não há relatos de um cego formado no Instituto de Cegos que sai à rua guiando outros cegos, mas quando se trata de assuntos espirituais vemos guias cegos levando pessoas que nele confiam em direção ao barranco.
Imaginemos, agora, um cego de espírito conduzindo uma multidão de cegos da mesma natureza, como acontece aos guias das religiões tarifadas, de Igrejas falidas, fadadas a ignorância Teológica, atuando nas sombras do ¨achismo, do mesmismo¨ mundano, carnal e podre, de homens que sequer têm experiência de vida familiar, que na verdade tudo o que querem é se manter no poder.
Imaginemos esses cegos atuando no mundo espiritual. Que será de todos os que estão com eles? São cegos!... O mundo onde entraram lhes é desconhecido! Como se arranjarão estes cegos, na sua entrada para um mundo desconhecido, cuja existência negaram absolutos teológicos, não sabem se estão nas miragens de um Céu de beatífica contemplação, ou de um Inferno de brasas e chamas!
"Deixai-os, são cegos guias de cegos. Se um cego guiar outro cego, cairão ambos no barranco".  (Mateus15: 14)
Por que falta misericórdia a esses religiosos? Por que seus corações são sempre egoístas?  Na verdade, tudo isso é falta de quebrantamento diante de Deus de seus próprios corações. Muitos desses guias nunca lidaram com os seus próprios erros, problemas e falhas de caráter. Nunca choraram por arrependimento de seus próprios pecados, nunca deixaram seu estado de indiferença. Eles são cruéis para com os outros guiando-os sem direção, na verdade suas próprias vidas não tem muito sentido, sempre se acham sem pecado e acima de qualquer suspeita. Mas, tudo bem no final das contas o que importa são as aparências.
Decididamente, ninguém pode saber sem aprender, ninguém pode aprender sem estudar, assim como ninguém pode ver, sendo cego. A parábola de Jesus cabe a todos aqueles que fazem da fé um bloco ou uma parede que o impedem de questionarem, indagar e até de não seguirem a esses guias cegos.
Um cego não pode guiar outro cego; um ignorante do mundo espiritual não pode guiar as almas que para lá estão caminhando. Necessária é uma análise, um estudo, um exame. Esta parábola, que faz alusão ao sacerdócio hebreu, pode referir-se hoje aos sacerdotes que por ai tentam guiar pessoas que vivem trombando umas nas outras sem nenhum tipo de transformação, pessoas essas que desejam mudar o mundo, mas não estão dispostas a começarem por si próprias.
¨Aquele, pois, que sabe fazer o bem e não o faz, comete pecado. ¨ ( Tiago 4:17)