terça-feira, 14 de novembro de 2017

Apostolo Paulo

Quem foi o apóstolo Paulo?
Eu costumo pensar que é sempre bom aprender com pessoas que tem uma caminhada cristã que sirva de exemplo, e o Apostolo Paulo é uma dessas pessoas, ele foi certamente o maior evangelista, o maior teólogo, o maior missionário e o maior plantador de igrejas de toda a história do cristianismo.
Plantou igrejas nas províncias da Galácia, Macedônia, Acaia e na Ásia Menor.
Nenhum homem exerceu tanta influência sobre a nossa civilização.
Pregou com zelo aos gentios e aos judeus, nas escolas, cortes, palácios, sinagogas, nas praças e prisões. Pregou com a mesma motivação quando tinha fartura e também quando passava por privações.
Ele enriqueceu muitos, sem nada possuir.
Sua conversão extraordinária foi um divisor de águas não só em sua vida, mas também na história da humanidade.
Conheçamos este homem!
- Paulo era Judeu por nascimento. Em sua defesa em Jerusalém, após sua dramática prisão, teve a oportunidade de se dirigir á multidão alvoroçada, dizendo: ‘’Eu sou judeu, nasci em Tarso da Cilícia...’’ (Atos 22.3).
Seus pais eram judeus. O sangue que corria nas suas veias era o mesmo que corria nas veias do patriarca Abraão.
- Paulo foi criado dentro da fé judaica. Seus pais o educaram na fé judaica, uma vez que foi circuncidado ao oitavo dia (Filipenses 3.5).
Desde sua infância, aprendeu os preceitos da lei de Deus. Ele se destacava no judaísmo. Chegou até a declarar: ‘’E, na minha nação, quanto ao judaísmo, avantajava-me a muitos da minha idade, sendo extremamente zeloso das tradições de meus pais’’ (Gálatas 1.14).
- Paulo foi educado em Jerusalém aos pés de Gamaliel. Perante grande multidão em Jerusalém, Paulo dá seu testemunho: ‘’... criei-me nesta cidade e aqui fui instruído aos pés de Gamaliel, segundo a exatidão da lei de nossos antepassados, sendo zeloso para com Deus, assim como todos vós os sois no dia de hoje’’ (Atos 22.3).
Jerusalém era a cidade santa. Lá estavam os escribas e doutores da lei. Lá estavam o templo e os sacrifícios. Lá estavam os sacerdotes e os rabinos. Lá estava o sinédrio. Essa cidade era puramente religiosa.
- Paulo tinha uma vasta cultura secular. Paulo era um erudito. Seu conhecimento transcendia o campo religioso. Estava familiarizado com o conhecimento mais refinado de sua época.
- Paulo era um poliglota. Quando pregou na capital intelectual do mundo, Atenas de Péricles, Sócrates, Platão e Aristóteles, não hesitou em citar alguns poetas atenienses (Atos 26.24).
- Paulo tinha uma boa cultura. O próprio apóstolo Pedro faz referência á sabedoria de Paulo, dizendo que ele escreveu coisas difíceis de entender, que os ignorantes e instáveis deturpam para sua própria destruição (2Pedro 3.15,16).
- Paulo era fariseu, membro da seita mais rigorosa dos judeus. Escrevendo aos filipenses, descreveu sua vida nestes termos: ‘’... quanto á lei, [eu era] fariseu...’’ (Filipenses 3.5).
Diante do rei Agripa, quando estava sendo acusado, em Cesareia, disse: ‘’... porque vivi fariseus conforme a seita mais severa da nossa religião’’ (Atos 26.5).
- Paulo era membro do sinédrio judaico. Paulo era o maior embaixador do sinédrio judaico no sentido de promover a fé de seus pais.
O sinédrio era o concílio maior dos judeus, composto de setenta homens maduros, cuja função principal era legislar e julgar a vida religiosa e moral do povo judeu. Ser membro do sinédrio era ser considerado os principais judeus (João 3.1).
- Paulo era um cidadão romano. Paulo, mesmo sendo filho de judeu, era cidadão romano (Atos 22.27), pois nasceu numa província romana, em Tarso da Cilícia.
Recebeu o titulo de cidadão romano não mediante o pagamento de grande soma de dinheiro, mas por direito de nascimento.
Um cidadão romano gozava de certos privilégios. Ele não podia ser açoitado (Atos 22.25). Paulo não hesitou em lançar mão desse privilégio sempre que necessário.
Pelo menos duas vezes essa credencial de Paulo o livrou das mãos das autoridades.
 A primeira vez, na cidade de Filipos, colônia romana, onde Paulo foi açoitado e preso ilegalmente.
 A segunda vez, quando Paulo foi preso em Jerusalém e estava sendo amarrado, para ser interrogado sob açoites, em vista do alvoroço da multidão, Paulo pergunta: ‘’...Ser-vos-á, porventura, lícito açoitar um cidadão romano, sem estar condenado?’’ (Atos 22.25).
- Paulo foi um perseguidor implacável (Gálatas 1.13). Ele usou sua influência e força para esmagar os discípulos de Cristo.
Perseguiu Cristo, a religião de Cristo e o seguidores de Cristo.
Certa vez, fazendo uma retrospectiva do seu passado, escreveu a Timóteo: ‘’a mim, que, noutro tempo, era blasfemo, e perseguidor, e insolente...’’ (1Timóteo 1.13). Ele feria os cristãos com a língua e com o punho.
Paulo o Perseguidor
- Paulo se via como um perseguidor. Ao escrever á igreja de Corinto, disse que se considerava o menor dos apóstolos e até não era digno de ser chamado apóstolo, uma vez que havia perseguido a igreja de Deus (1Corintíos 15.9).
- Jesus o viu como perseguidor. Quando Paulo, enfurecidamente, ia para Damasco com o propósito trazer amarrados os discípulos de Cristo para Jerusalém a fim de lança-los na prisão, Cristo apareceu-lhe, de maneira gloriosa, na estrada de Damasco, perguntando-lhe: ‘’...Saulo, Saulo, por que me persegues? Dura cousa é recalcitrares contra os aguilhões’’ (Atos 26.14).
- Paulo não estava apenas se levantando contra homens, mas contra o próprio Deus. Aqueles que ferem os santos de Deus tocam na menina dos olhos de Deus.
- O povo de Damasco o viu como perseguidor. Ananias, morador de Damasco, disse ao Senhor acerca dele: ‘’...Senhor, de muitos tenho ouvido a respeito desse homem, quantos males tem feito aos teus santos em Jerusalém; e para aqui trouxe autorização dos principais sacerdotes para prender a todos os que invocam o teu nome’’ (Atos 9.13,14).
O mesmo aconteceu logo que começou a pregar em Damasco. A reação do povo foi imediata: ‘’Ora, todos os que o ouviam estavam atônitos e diziam: Não é este o que exterminava em Jerusalém os que invocam o nome de Jesus e para aqui veio precisamente com o fim de os levar amarrados aos principais sacerdotes?’’ (Atos 9.21).
- Os discípulos de Jerusalém o viram como perseguidor. Quando Paulo fugiu de Damasco e foi para Jerusalém com a intenção de ser acolhido pelos discípulos, eles não acreditaram nele. Pensaram que se tratava de mais uma estratégia para perseguir os cristãos. Lucas relata esse fato assim: ‘’Tendo chegado a Jerusalém, procurou juntar-se com os discípulos; todos, porém, o temiam, não acreditando que ele fosse discípulo’’ (Atos 9.26).


A conversão de Paulo.
A conversão de Paulo talvez tenha sido uma das mais importante da história. Talvez nenhum fato seja mais marcante na história da igreja depois do Pentecostes.
Nenhum homem exerceu tanta influência no cristianismo. Lucas ficou tão impressionado com a importância da conversão de Paulo que ele a relata três vezes em Atos (At 9, 22, 26).
- A conversão de Paulo não foi de maneira nenhuma repentina. De acordo com a própria narrativa de Paulo, Jesus lhe disse: ‘’... Dura cousa é recalcitrares contra os aguilhões’’.
Jesus comparou Paulo a um touro jovem, forte e obstinado, e ele mesmo, a um fazendeiro que usa aguilhões para domá-lo. Ou seja, Deus já estava trabalhando na vida de Paulo antes de ele se render no caminho de Damasco.
Jesus já estava ferroando sua consciência quando ele viu Estevão sendo apedrejado e com um rosto de anjo pedir ao Senhor para perdoar seus algozes. A oração de Estevão ainda latejava na alma de Paulo.
Jesus estava ferroando a consciência de Paulo quando ele prendia os cristãos e dava seu voto para matá-los, e eles morriam cantando.
Paulo foi completamente transformado
Uma pedra bruta lapidada. Depois de convertido, logo Paulo se transforma em pregador do evangelho. Em vez de perseguir os cristãos, promove a fé evangélica. Em vez de tapar a boca dos cristãos, abre a boca para testemunhar do nome de Jesus.
São três mudanças radicais que aconteceram na vida de Paulo depois de sua conversão:
Primeira: De agente de morte a pregador do evangelho. Paulo tornou-se um embaixador de Cristo, um pregador do evangelho imediatamente após sua conversão. Paulo pregou a tempo e fora de tempo. Em prisão e em liberdade. Com saúde ou doente. Paulo pregou com senso de urgência, com lágrimas e no poder do Espírito Santo. Aonde ele chegava os corações eram impactados com o evangelho. Ele pregava não apenas usando palavras de sabedoria, mas com demonstração do Espírito e de poder.
Segunda: De devastador da igreja a plantador de igrejas. Deus encorajou Ananias a ir ao encontro de Saulo em Damasco, dando-lhe as seguintes palavras: ‘’...Vai, porque este é para mim um instrumento escolhido para levar o meu nome perante os gentios e reis, bem como perante os filhos de Israel’’ (Atos 9.15). O Senhor mesmo levantou Paulo como aquele que chegaria a ser o maior evangelista, o maior missionário, o maior pastor, o maior pregador, o maior teólogo e o maior plantador de igrejas da história do cristianismo.
Terceira: De receptor de cartas para prender e matar a escritor de cartas para abençoar a salvar. Como perseguidor e exterminador dos cristãos, Paulo pedia cartas para prender, amarrar e matar os crentes (Atos 9.2,14). Mas, depois de convertido, ele escreve cartas para abençoar. Paulo foi o maior escritor do Novo Testamento. Ele escreveu treze cartas.

Paulo em Jerusalém
Passados três anos da sua conversão, de Damasco ele vai a Jerusalém.
Ao chegar a Jerusalém, a recepção de Paulo não foi calorosa.
Os discípulos não acreditavam na sinceridade de sua conversão. Essa rejeição possivelmente foi mais um golpe que Paulo sofreu na sua caminhada.
Barnabé, o filho da consolação, viu Paulo com outros olhos. Acreditou nele e investiu em sua vida. Barnabé foi o instrumento usado por Deus para introduzir Paulo na comunidade cristã de Jerusalém, cidade onde ele outrora devastara a fé que agora pregava.
Uma vez acolhido na igreja-mãe, onde outrora perseguira com tanta fúria os cristãos, Paulo tem livre trânsito para sair da cidade e entrar nela, a fim de pregar aos judeus e discutir com os helenistas.
Mas toda essa desenvoltura não alcança os resultados que Paulo esperava. Em vez de colher os frutos do seu trabalho, ele enfrenta mais perseguição. Eis o relato de Lucas: ‘’Estava com eles em Jerusalém, entrando e saindo, pregando ousadamente em nome do Senhor. Falava e discutia com os helenistas; mas eles procuravam tirar-lhe a vida’’ (Atos 9.28,29).
Ao dar testemunho de sua conversão muitos anos depois ao ser preso nessa mesma cidade de Jerusalém, Paulo narra uma experiência dramática.
Ele não foi apenas rejeitado pelo povo da cidade, mas, também foi rejeitado pela Igreja, pior... Foi dispensado também da obra pelo próprio Deus. Acompanhemos o relato que o próprio apóstolo faz: ‘’Tendo eu voltado para Jerusalém, enquanto orava no templo, sobreveio-me um êxtase, e vi aquele que falava comigo: Apressa-te e sai logo de Jerusalém, porque não receberão o teu testemunho a meu respeito’’ (Atos 22.17,18).
Em vez de mudar os oponentes de Paulo, é o Paulo que tem de mudar e sair da cidade.
Paulo não quer sair da igreja em Jerusalém.
Ele chega a discutir com Deus. Pensa que Deus esta cometendo um erro estratégico ao tirá-lo desse campo.
Ele pensa ser o homem certo para essa empreitada. Mas Deus não cede; é Paulo que tem de arrumar as malas e ir embora.
O jovem Paulo sofre mais um golpe em seu orgulho. Quando ele arruma as malas e vai embora de Jerusalém, imediatamente os problemas da Igreja se resolvem: ‘’A igreja na verdade, tinha paz por toda a Judeia, Galileia e Samaria, edificando-se e caminhando no temos do Senhor, e, no conforto do Espírito Santo, crescia em números’’ (Atos 9.31).


De volta ao começo
Paulo saiu de Jerusalém e foi para Tarso, sua cidade natal. E ali ficou não pouco tempo no anonimato, num completo ostracismo. Nada sabemos desse longo período de sua vida.
É importante perceber que Deus ainda esta tratando com ele. Na verdade, Deus está mais interessado em quem nós somos do que no que fazemos.
A nossa prioridade não é fazer a obra de Deus, mas sim conhecer o Deus da obra.
Paulo precisava aprender que o sucesso da obra não vinha dele mesmo, mas de Deus.
Voltar para Tarso não foi um acidente na vida de Paulo, mas sim uma escola de treinamento. O deserto é a escola superior do Espírito Santo onde Deus treina seus líderes mais importantes. Tarso foi o deserto de Paulo.
É Deus quem nos leva para o deserto. Deus nos leva para o deserto não para nos exaltar, mas para nos humilhar.
Vivemos numa geração que tem muita pressa. Os líderes não são amadurecidos. Pulam de estágio e se colocam em posições indevidas, mas com Deus não é possível pular o estágio do deserto.
Deus preparou Moisés quarenta anos para usá-lo durante quarenta anos.
Deus preparou Elias três anos e meio para usá-lo num único dia, no cume do monte Carmelo.
O Senhor Jesus começou seu ministério com 30 anos de idade.
Paulo passou quatorze anos em Tarso antes de ser poderosamente usado por Deus na obra missionária. Após tudo isso acontecer na vida do apóstolo Paulo ele inicia a sua obra missionária.
O céu não é aqui. Aqui não pisamos tapetes aveludados nem caminhamos em ruas de ouro, mas cruzamos vales de lágrimas.
Aqui não recebemos os galardões, mas bebemos o cálice da dor.
Paulo certamente foi a maior expressão do cristianismo. Viveu de forma superlativa e maiúscula. Pregador incomum, teólogo incomparável, missionário sem precedentes, evangelista sem igual. Viveu perto do Trono, mas, ao mesmo tempo, foi açoitado, preso, algemado e degolado.
Tombou como mártir na terra, mas levantou-se como príncipe no céu.
Ele não foi poupado dos problemas, mas triunfou no meio deles.
Paulo enfrentou várias lutas: solidão, abandono, ingratidão, perseguição e privações.
A ingratidão dos homens não enfraquece a assistência abundante de Deus.
A morte para ele, não foi castigo, perda ou derrota, mas vitória. Paulo não termina a vida com palavras de decepção, mas com tributo de glória ao Salvador.
- Vamos imaginar a cena de seu último suspiro.
Alguém abre uma pesada porta de ferro e grita: ‘’Prisioneiro Paulo! Prisioneiro Paulo! Prisioneiro Paulo!”.
Do fundo da cela, o velho apóstolo, que trazia as marcas de Cristo no corpo e uma paz na alma, responde com firmeza: ‘’Sou eu, estou aqui!’’.
Paulo é acordado e sai da masmorra, atravessando o corredor da morte.
Depois de uma longa caminhada, chegam ao lugar do patíbulo. Antes de colocar a cabeça de Paulo num tosco cepo de madeira para decepá-la com a guilhotina romana, o capataz da morte lhe dá a chance de proferir suas últimas palavras.
Esperando que o velho prisioneiro soltasse algum gemido de dor ou algum grito de revolta ou desespero, Paulo, de forma imperturbável, com alegria na alma, ergue ao céu suas últimas palavras: ‘’A ele, [o Senhor Jesus Cristo] glória pelos séculos dos séculos. Amém’’.
A guilhotina afiada, impiedosa e implacável faz tombar na terra esse príncipe de Deus.
Sua morte, entretanto, não calou sua voz. Suas cartas ainda falam. Sua voz é poderosa.

Fontes: Bíblia Sagrada;
Hernandes Dias Lopes - Paulo, o maior líder do cristianismo.
Postado por Marcelo Shidue Barros,
Pastor da Igreja Salvos pela Graça.

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